ARRANCADOS, RAÍZES DO BRASIL

Série documental, 6 x 26', a partir de 20 anos

arrancados

Arrancados é uma série documental com episódios de 26 minutos. Arrancados apresenta as trajetórias de líderes-curandeiros de comunidades das etnias branca, afro-brasileira e indígena que lutam para preservar seus recursos botânicos e modos de vida. Estes líderes, que conectam a geração atual a uma longa cadeia de conhecimentos botânicos, enfrentam conflitos ligados ao crescimento urbano, à transformação cultural das gerações mais jovens e disputas de terras que ameaçam o seu povo e os seus saberes. Será explorada a relação de saber destes personagens com as ervas e folhas encontradas nas comunidades onde residem. A partir dos conflitos enfrentados para manutenção desse conhecimento, mostraremos como os líderes-curandeiros organizam suas comunidades para contornar estes problemas e resistir.

Os líderes-curandeiros documentados são: Pajé Jaçanã, curandeira que cultiva roça com as principais ervas para a sua tribo pataxó. A história de Jaçanã se conecta a um incêndio criminal que expulsou os pataxós de suas terras no Sul da Bahia, na década de 1950, e o subsequente retorno à propriedade nas últimas décadas; Pajé Santxiê, falecido em 2014, curandeiro que organizou a resistência da tribo Tapuia Fulni-ô às investidas da especulação imobiliária na cidade de Brasília. Ele foi responsável pela fundação da comunidade do Santuário dos Pajés e do Herbário dos Pajés, complexo espiritual e botânico que abriga ao menos 136 espécies de plantas do cerrado, algumas delas ameaçadas de extinção. Sua história será narrada pela sua ex-companheira, Marcia Guajajara, atual represente do Santuário dos Pajés, que também terá sua trajetória apresentada no filme. Mãe Clemilda, mãe-de-santo que lutou, e ainda milita, pela preservação do Parque São Bartolomeu em Salvador, região de preservação da Mata Atlântica de bastante importância para os candomblés da cidade. O local é um importante espaço de realização de rituais e, no passado, era fonte de ervas essenciais para chás e rituais religiosos. Hoje esse recurso botânico encontra-se praticamente exaurido, pois a variedade herbária do Parque sofreu com a desordenada ocupação imobiliária, poluição, enchentes decorrentes das chuvas, dentre outros problemas. Nesse mesmo segmento também será mostrada a história de Mãe Rosa, líder do terreiro Unipó Neto Oyá, que foi ilegalmente destruído pela prefeitura de Salvador devido a disputas imobiliárias. Mãe Rosa, Mãe Rosalice do Amor Divino é mãe de Santo na comunidade Unipó Neto Oyá, que foi destruída pela prefeitura por estar em zona urbana no centro da cidade do Salvador. Ela fala de tudo que perdeu na destruição e da luta para reconstruir sua comunidade. Mãe Rosa explica que isso ajudou a tornar pública a urgência na regulamentação e preservação dos quintais de outros terreiros na capital baiana. Vigília Gomes, chamada carinhosamente de
Vozinha, é uma benzedeira de mão cheia, que, devido a sua idade, se vê impedida de caminhar as longas distâncias para conseguir suas plantas curativas na vegetação caatingueira. Mas, para manter a prática dos seus dons curativos, passa a manifestá-los através de rezas e benzeduras, ofício repassado de geração em geração. Nas práticas, ela utiliza plantas que, capazes de espantar o mau-olhado, são cultivadas em seu jardim, hoje ameaçado pela construção da barragem de Catolé. Vozinha mostrará sua dificuldade em conseguir as plantas devido às distâncias cada vez maiores que precisa percorrer, e em transmitir seu conhecimento para os mais jovens, que não se interessam em aprender, nem ajudá-la nesse ofício. Dona Bela, 80 anos, nascida e criada na cidade de Itacaré, um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. Sua residência é uma das últimas a resistir à especulação imobiliária que assola a antiga vila de pescadores, pois está situada no centro da cidade, ao lado da igreja, próxima aos restaurantes e comércio que atendem ao turismo. Doan Bela nos falará de sua batalha solitária para preservar o seu quintal onde cultiva as ervas, que vem sendo constantemente invadido por moradores de rua e vendedores ambulantes.

A série é voltada para o público amplo, a partir dos 16 anos, e busca tratar em profundidade seus temas, se posicionando a favor do respeito às comunidades tradicionais, e suas relações com a terra a partir da medicina natural. O objetivo desta série documental é apresentar ao público as lutas e subjetividades dos membros dessas comunidades, em especial de suas lideranças espirituais, para assim informar e fazer pensar acerca dos intermináveis conflitos étnicos, fundiários e políticos travados no território brasileiro. Por sua importância documental tanto do ponto de vista político quanto da preservação de saberes, a presente série tem potencial para atingir os mais variados públicos, nacional e internacionalmente.

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